Reações à vacina antirrábica assustam parte da população

FERNANDA SOARES Redação Tribuna

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A Campanha Nacional de Vacinação Antirrábica, realizada anualmente no país, está sendo, este ano, motivo de preocupação para autoridades e donos de animais de estimação. Nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro foram registradas 500 ocorrências, entre mortes e reações graves em cães e gatos logo após a imunização. Os casos ainda não foram esclarecidos, mas já provocaram reflexos em Petrópolis, onde a procura pela vacina foi baixa durante a última campanha realizada em seis localidades neste sábado. A Campanha Nacional, que acontece em diversos pontos da cidade, está agendada para o próximo dia 18 e a Vigilância Sanitária aguarda orientações do governo do Estado.
O coordenador da Vigilância Sanitária do Município, Eduardo de Lucena, explica que os lotes são distribuídos pelo Ministério da Saúde e que recentemente o método de fabricação e a fórmula da vacina, produzida por um laboratório nacional, foi alterada. “Sem uma investigação mais profunda, não há como apontar as causas das reações. O fato da vacina ser a mesma em todos os estados, já que ela vem do Governo Federal, não significa que nós teremos problemas, pois há muitas questões envolvidas. Um item importante é com relação à saúde do animal, que para ser vacinado não pode estar debilitado nem ter menos de três meses de vida”, diz.
Segundo a Nota Técnica nº 28/2010 divulgada pelo Ministério da Saúde, foram registrados nove casos graves, dentre eles oito mortes, num total de 309.031 animais vacinados na região metropolitana do Rio e nos municípios de São Paulo e Guarulhos. Segundo o documento, os eventos estão abaixo da taxa esperada e podem estar associados à resposta individual de cada animal, condições de armazenamento e aplicação do produto, além de fatores como doenças concomitantes, idade, número de doses aplicadas, tipo de agulha e seringa e via de administração.
A nota destaca ainda que não houve registros de reações severas em outros estados onde o material fornecido pelo Ministério da Saúde foi aplicado. Os sintomas mais graves apresentados pelos animais foram prostração, anorexia, dificuldade respiratória, convulsões e hemorragias.
Para a gerente de Programas Veterinários da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal, da qual as ongs petropolitanas Gapa-ma, AnimaVida e SPPA são afiliadas), Rosangela Ribeiro, é preciso que a situação seja esclarecida: “Temos agora um índice de reações além do normal. Sabemos da importância da campanha, mas precisamos agir com cautela”.
Com base nisso, a orientação da WSPA às afiliadas e aos donos de bichos de estimação é que esperem os resultados da investigação para então imunizarem seus animais. Segundo informações extraoficiais, os corpos dos cães que foram a óbito em São Paulo estariam na Universidade de SP para passar por necropsia. O laboratório fabricante dos lotes, o Biovet, também se compromete, como consta em nota disponibilizada no site da empresa, a investigar os casos.
Rosangela e o coordenador da Vigilância Sanitária recomendam aos proprietários de cães e gatos que tenham apresentado alguma reação após receberem a vacina notificar o município e procurar ajuda especializada. “Estamos fazendo um relatório para entregar ao governo do Estado. Nós utilizamos a vacina nova desde junho e até agora tivemos 25 relatos de gatos com sintomas leves como letargia, sonolência e falta de apetite. Por enquanto, a recomendação do Estado é a de continuar com a vacinação”, afirma Eduardo. A integrante da WSPA acrescenta que, no caso de reação, os donos devem procurar o veterinário para fazer o laudo e que, em caso de morte, é essencial fazer a necropsia.

http://www.e-tribuna.com.br/site2010/index.php?option=com_content&view=article&id=1761:reacoes-a-vacina-antirrabica-assustam-parte-da-populacao&catid=42:caes-e-gatos&Itemid=81&ml=5&mlt=system&tmpl=component

“Eu converso com cachorros"

 

Baiano diz que deve aos cães tudo o que conseguiu em São Paulo. Até a noiva brinca que ele cuida melhor dos animais do que dela

por Felipe Pontes

GILVAN DOS SANTOS, TOSADOR DE PET SHOP. 29 ANOS, 12 DE PROFISSÃO

 Divulgação

SOU DE SEBASTIÃO LARANJEIRAS, na Bahia. Eu queria ter um cachorro desde os 14 anos, quando trabalhava na roça com meu pai. Aos 17, resolvi me aventurar em São Paulo, sem dinheiro no bolso. Meu cunhado, que já morava aqui, montou uma pet shop e me chamou para trabalhar como tosador.

NASCI PARA TRABALHAR COM ANIMAIS.Já tentei até ser motoboy, mas não era minha praia. Comecei na periferia, ganhando pouquinho, e cheguei aonde estou, em uma pet shop de luxo, há cinco anos. O tosador não ganha mal, dá para sobreviver. Tenho carro, moto, meu terreno, mas também fiz bico durante três anos, entregando pizza.
A MAIORIA DOS CÃES FICAM AGITADOS NA TOSA. É preciso lidar com o temperamento deles. Eu converso, trato como se fossem meus filhos. O maior cão que eu já tosei era da raça kuvasz, tinha uns 60 quilos. O menor era um maltês, com 900 gramas. Também já pintei cachorro de rosa, azul e laranja. Ficam bonitos, com um visual legal para festas de criança.
UMA CLIENTE JÁ PEDIU PARA EU FAZER moicano num schnauzer, da ponta da cabeça até o rabinho. Ficou muito estranho. Os donos homens são mais simples. As madames gostam mais de frescura. Tenho problema mesmo quando aparece um casal. Aí eu tenho que agradar aos dois. Invento alguma coisa para não ter briga na casa dos outros.

GOSTARIA MUITO DE SER VETERINÁRIO. Mas agora não posso fazer faculdade. Tenho meu próprio canil. É impossível trabalhar, cuidar de nove cães e estudar. Sou noivo há sete anos. Talvez me case até o final do ano. Ela não tem problema algum com meus cachorros, e fala de brincadeira que eu cuido melhor deles do que dela mesma.
TUDO O QUE EU CONSEGUI EM SÃO PAULO foi por causa dos cães. Tenho muito carinho pelos animais, que dependem da gente. As pessoas podem se virar. Chego em casa e não tenho descanso, já que tenho que cuidar dos meus cachorros. Pelo menos eu nunca me sinto só com eles. Difícil vai ser me acostumar a morar com uma pessoa.

http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/0,,EMI79157-15382,00-EU+CONVERSO+COM+CACHORROS.html

Animais de estimação sofrem com tempo seco

Conjuntivite e carrapatos são os principais problemas enfrentados por cães e gatos

por Márcio Cruz

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Filhote de gato recebe inalação para combater traqueíte. Ele também sofre com conjuntive.

Não são apenas os humanos que sofrem com os males do tempo seco e poluído. A baixa umidade, que atinge 10 Estados e o Distrito Federal, e tem levadoSão Paulo a estados de alerta é causa de preocupação também para os donos de animais de estimação.
Ao invés de problemas respiratórios, os mais comuns entre os seres humanos, entre os bichos os inconvenientes são outros. “O animal sofre menos do que a gente.”, explica Marcelo Quinzani, diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care. Ele alerta, porém, que enquanto os donos sofrem com problemas relacionados ao pulmão, em cães e gatos, surgem doenças de pele.
Os três principais problemas dos cães e gatos com o tempo seco são a conjuntivite animal,problemas respiratórios alérgicos e o aumento da incidência de gripe canina. Saiba mais sobre eles e como evitá-los.
Conjuntivite animal
O tempo seco e poluído irrita os olhos do animal, que tenta aliviar a coceira com a pata, machucando os olhos e causando infecção. Muitas vezes com secreção purulenta. A conjuntivite é ainda mais comum em animais que tem focinhos curtos e olhos saltados como o spitz alemão e o pequinês. Para evitá-la, o dono deve administrar soro fisiológico e colírio de uso veterinário.
Carrapatos
O problema não é relacionado diretamente com a baixa umidade, mas sim com a grama seca, ideal para a proliferação de carrapatos. Recomenda-se o tratamento preventivo contra o parasita.
Problemas respiratórios alérgicos
Animais com predisposição a problemas respiratórios e filhotes também podem sofrer com o clima seco. O cão apresenta aumento de secreção nasal e fica mais propenso a contrair gripe canina, a traqueobronquite (causada pela bactéria bordetella ou outros vírus). É recomendado que o animal tenha água à vontade para beber, umidificação do ambiente e evitar passeios entre 10h e 17h. Animais alérgicos devem ser lavados com mais freqüência.

http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/1,,EMI165905-15367,00.html

Pitbull testemunha contra o dono por maus tratos

Ter, 24 Ago, 07h42

WASHINGTON (AFP) – O comitê de condicional do Alabama (sul dos Estados Unidos) recusou nesta terça-feira a liberdade condicional de Juan Daniels, de 26 anos, condenado a nove anos de prisão em 2007 por ter queimado e batido em Louis Vuitton, um pitbull de 7 anos, informou o comitê.

Segundo a imprensa local, que publica várias fotos do animal, hoje totalmente recuperado, o cão compareceu à audiência como testemunha.

Juan Daniels poderá fazer um novo pedido de liberdade condicional em julho de 2012, indicou o comitê.

Ele foi condenado por ter agredido seu cachorro com uma pá e depois jogado álcool e ateado fogo ao animal. Com 60% do corpo queimado, Louis Vuitton levou meses para se recuperar.

http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/100824/mundo/eua_curiosa_animais_processo

Defensores dos animais farão manifestação contra a vacina antirrábica

O GLOBO

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RIO – ONGs de defensores dos animais vão realizar no próximo dia 26 de agosto, às 14h, na Praça XV, um protesto contra a realização da campanha de vacinação antirrábica em cães e gatos no Rio de Janeiro.

O objetivo da manifestação, segundo a diretora da ONG Anida (Associação Nacional de Implementação dos Direitos dos Animais), Andrea Lambert, é sensibilizar as autoridades de saúde do estado para os riscos da nova vacina, que já causou reações e até óbitos num grande número de cães e gatos no Rio.

"Além das mortes, um grande número de cães e gatos ficaram gravemente doentes levando a Secretária de Saúde do Estado de São Paulo a suspender campanha, mas em nosso Estado do Rio de Janeiro a Secretária de Saúde mantém a vacinação do dia 28 de agosto", diz a diretora da ONG por meio de nota.

"Vamos nos manifestar contra a nova vacina que mata e mostrar que os animais merecem respeito e possuem direitos. Uma vacina deve preservar a vida e dar segurança. Em anos anteriores não ocorreu a quantidade de animais mortos e doentes nas campanhas de vacinação antirrábica.", conclui a diretora da ANIDA.

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/08/23/defensores-dos-animais-farao-manifestacao-contra-vacina-antirrabica-917454260.asp

Cães sem raça definida são protagonistas de filme com estreia em Dezembro

Por blogpetzine em: eventos, vídeo // 24 ago 2010

Projeto “Vira-Latas – Os Verdadeiros Cães de Raça” tem publicação de livro e longa metragem

vira latas filmes3 Cães sem raça definida são protagonistas de filme com estreia em Dezembro

Eles não são “puros”, não são comprados e, muitas vezes, sofrem preconceito. Mas, apesar disso, os chamados SRD (sem raça definida) ou simplesmente vira-latas têm alcançado cada vez mais espaço na sociedade. Segundo uma pesquisa realizada pela Datafolha, que entrevistou 613 pessoas, esse é o cão mais comum na casa das famílias paulistanas. Entretanto, ainda existem milhares desses cães que vivem nas ruas.

Tiago Ferigoli é um publicitário que há três anos tem investido no Projeto “Vira-Latas-Os Verdadeiros Cães de Raça”, com intenção de conscientizar a população sobre a importância de cuidarmos desses animais.

Ferigoli assina as fotografias do livro e de um filme, com estreia prevista para dezembro de 2010. O longa conta com a participação de famosos como Ronnie Von, Heródoto Barbeiro e Danilo Gentili, além de outros profissionais que contam sua experiência com animais de rua.

Ficha técnica

Vira-Latas – Os Verdadeiros Cães de Raça
Lançamento: dezembro de 2010
Direção: Tiago Ferigoli
Duração: aprox. 60 min.
Site: http://www.vira-latas.com

http://www.petzine.com.br/

Mulher salva cachorro jogado no Rio Tietê pelo dono na Grande SP

‘Homem ameaçou me bater quando chamei a polícia’, conta administradora.
Cão ganhou nome de Tobias, em homenagem a bombeiro que o tirou do rio.

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O vira-lata Tobias foi jogado no Rio Tietê, de ponte em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, porque comeu os ovos que a galinha do dono dele havia botado (Foto: Mariana Albano/Arquivo Pessoal)

Para felicidade do vira-lata Tobias, a administradora de empresas Mariana Albano, de 28 anos, estava no lugar certo, na hora certa. Por volta das 9h30 de quinta-feira (19), quando se dirigia ao trabalho, em Guarulhos, na Grande São Paulo, ela viu quando o cachorro foi jogado pelo próprio dono no Rio Tietê, de uma ponte no centro de Mogi das Cruzes. “Eu estava passando pela ponte de carro e vi três pessoas olhando para baixo. Eu cheguei a ver o cachorro caindo”, contou.

Inconformada, ela parou e desceu do carro. “Questionei as pessoas e uma senhora me apontou o homem que tinha jogado o cachorro. Era um senhor entre 60 e 70 anos. Não era um homem em situação de rua, mas dava para perceber que era alguém carente”, disse Mariana. Em seguida, ela começou a discutir com ele, acusando-o de ter cometido um crime ao jogar o animal no rio.

“Ele me disse: ‘O cachorro é meu. Eu mato na hora que eu quiser’. Ele contou que tinha outros cinco cães e que sabia cuidar deles”, relatou Mariana. Segundo ela, a justificativa dada para que Tobias fosse jogado no rio era porque ele tinha comido os ovos botados pela galinha dele. “O cachorro devia estar morrendo de fome. Ele está muito magro, abatido”, disse a administradora.

Mariana, então, começou a chorar e a gritar, pedindo ajuda para que o cachorro não morresse afogado. O homem, vendo o desespero dela, a ameaçou. “Ele veio pra cima de mim, ameaçando me bater, quando peguei o celular e disse que iria chamar a polícia. Eu gritava e chorava e, mesmo assim, ninguém parou para ajudar.” Em seguida, o homem fugiu de bicicleta.

A segunda parte do drama teve início diante da resistência da polícia em atender a ocorrência. Ela, inicialmente, foi orientada a acionar o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município. Ao afirmar que se tratava de um crime federal maltratar animais, conseguiu que fosse enviada uma equipe ao local. Em seguida, ligou para o Corpo de Bombeiros.

Enquanto isso, Tobias lutava para não ser arrastado pela correnteza nem morrer afogado. Com muito esforço, ele conseguiu nadar até a margem do rio, cujo ponto é ladeado por muros de empresas. “Não tinha como ele sair de lá. Tentei chegar próxima da margem através do muro de uma fábrica, mas a pessoa que me atendeu na porta disse que eu não poderia entrar, que aquilo era uma propriedade privada. Eu, às lágrimas, disse que entendia. No entanto, eu precisava resgatar o cachorro, que iria morrer e se ele preferia isso a me deixar entrar”, contou.

Homenagem

Os bombeiros chegaram pouco tempo depois. Segundo Mariana, um deles desceu por uma corda até a margem do rio e conseguiu atrair o cachorro, que estava assustado. Depois, amarraram o cachorro por uma corda e conseguiram erguê-lo até a ponte. Aos policiais, ela forneceu a descrição do homem que jogou o cachorro no rio e, em seguida, entrou em contato com a Delegacia Regional de Proteção do Alto Tietê, localizada em Mogi das Cruzes. “Em cinco minutos, o delegado veio ao local me atender. Tiramos fotos do cachorro e ele garantiu que iria divulgar o caso para encontrar o responsável."

O cachorro ganhou o nome de Tobias em homenagem ao sargento dos bombeiros que o tirou do rio, de acordo com a administradora. O animal foi levado para a casa da mãe, também em Mogi das Cruzes, onde foi alimentado e medicado. O próximo passo agora será encontrar um novo lar para o cão. “Vamos deixá-lo prontinho para ser doado.”

Apesar de já ter retirado das ruas e ter conseguido doar mais de 20 gatos e cerca de dez cachorros, ela não se considera uma protetora de animais. “Era algo que eu fazia individualmente, sem pedir qualquer ajuda. Faz pouco tempo que descobri na internet essa rede de protetores”, afirmou.

No dia 23 de dezembro de 2009, ela resgatou um cão da raça fila que viu desmaiado no acostamento da Rodovia Mogi-Dutra. “Ele estava machucado quando o encontrei. Depois que ele foi tratado e alimentado, ele dormiu por três dias seguidos. Agora, está na minha mãe também. Dei o nome de Klaus, em homenagem a Santa Klaus, porque o encontrei perto do Natal. É o cão mais doce que já vi”, contou.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/08/mulher-salva-cachorro-jogado-no-rio-tiete-pelo-dono-na-grande-sp.html

‘Protetores’ bancam hotel para cães resgatados nas ruas de SP

A publicitária Iracema Lima é recebida com festa pelo ‘pit-lata’ Carlito, mantido em um hotel para animais de estimação em Cotia, na Grande São Paulo (Foto: Marcelo Mora/G1)

‘Amigão’ é o nome que um cão da raça husky ganhou da jornalista Débora Gonçalves ao ser resgatado de uma rua na Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo, por volta das 16h30 do dia 30 de dezembro. Na madrugada chuvosa do mesmo dia, ela já havia avistado o cachorro em uma praça próxima à casa dela. Logo na primeira olhada, percebeu se tratar de um animal abandonado.

Ao reencontrá-lo horas mais tarde e diante do estado debilitado e enfermo do cão, decidiu retirá-lo da rua. “Ele estava super mal, com fome, dois tipos de sarna, ferido nas pernas e tinha um problema no quadril”, lembra Débora. Ao seguir o impulso, a jornalista deparou-se com o primeiro obstáculo: para onde levá-lo? Ela mora em um apartamento de dois quartos também na Casa Verde.

Na primeira noite, o husky foi levado para um veterinário, que o medicou. Mas a clínica não tinha condições de abrigar animais. No dia seguinte, Débora o transferiu para uma clínica veterinária que também funciona como hotel para animais de estimação no mesmo bairro.

Lá, Amigão, além da hospedagem, recebeu tratamento veterinário, alimentação e banho. Sem ter onde criá-lo, a solução, provisória, foi manter Amigão no hotel. Com ele já recuperado, Débora passou a enviar e-mails para conhecidos para tentar a doação do animal.

Sem saber, a jornalista passou a conhecer e a integrar um grupo cujos integrantes se autodenominam ‘protetores’ e que utilizam a internet para trocar informações, pedir ajuda e apoiar quem resgata animais maltratados e abandonados nas ruas das mais diversas regiões da Grande São Paulo.

Depois de tratá-los, mesmo que para isso tenham de pagar hospedagem em hotéis, por não ter onde criá-los, essa rede de protetores se mobiliza, então, para encontrar novos lares – estáveis e seguros – para estes animais. Apesar do contato frequente, muitas destas pessoas nem se conhecem pessoalmente. O que as une é a paixão pelos animais.

A história da Débora é semelhante à de muitos protetores, que começaram seguindo um impulso de resgatar um animal abandonado na rua. A grande maioria, no entanto, não para neste primeiro impulso. E passa a dedicar grande parte do tempo – e, em alguns casos, do orçamento – a essa atividade.

A psicóloga e educadora Sônia Zaitune, por exemplo, depois de uma troca de e-mails e de telefonemas com outros protetores, pegou seu carro no início da noite de segunda-feira (9) e se dirigiu às pressas para a Avenida Rebouças, quase na interligação com a Avenida Consolação, na região da Paulista. No local, havia três cães amarrados em pleno canteiro central, no meio do trânsito caótico do horário de pico na capital.

Sônia encontrou os animais exatamente onde indicaram para ela, mas não foi necessário resgatá-los. “Os três estavam amarrados, mas pertenciam a moradores de rua, que naquele horário se dirigem a um restaurante que dá refeição gratuita para eles ali perto”, disse.

A psicóloga admite que tenta se controlar, para evitar de recolher novos animais na rua. “Já mexeu no orçamento doméstico e já estou tendo problemas conjugais”, justificou. Por isso, ela tenta mudar sua forma de atuação, mas sem deixar de lado a preocupação com cães e gatos.

“Estou pensando em atuar mais no lado da educação, da prevenção, para evitar que o abandono aconteça”, disse. Hoje, ela mantém quatro cães em dois hotéis distintos, fora os que têm em casa, para economizar. Em dois anos, perdeu as contas de quantos resgatou e, posteriormente, conseguiu a adoção.

A publicitária Iracema Nogueira Lima, por sua vez, começou como protetora há seis anos, tirando da rua um vira-lata que ganhou o nome de Pop e mandando-o direto para um hotel. Desde então, contabiliza mais de 50 animais resgatados. De novembro de 2009 a maio de 2010, ela chegou a bancar 17 cães em uma clínica veterinária e hotel. “Consegui doar todos”, orgulhou-se.

Atualmente, mantém apenas um ‘pit-lata’ – cruzamento de pit bull com vira-lata – de nome Carlito, em um hotel em Cotia, na Grande São Paulo. Ela considera que faz pouco pelos animais abandonados.

“Eu não fazia parte. Você acaba entrando nesta rede do bem e descobrindo gente que faz coisas incríveis. Eu fico com vergonha do pouco que eu faço”, disse, logo após ser recebida com festa e lambidas em uma rápida visita a Carlito. Entre as suas ações, está a meta de pagar a castração de ao menos seis animais por mês. “É importante para fazer o controle demográfico, pois o abandono de cães e gatos é muito grande”, justificou.

Histórias parecidas vivenciaram também a gerente financeira Alessandra de Sanctis e o professor Lincoln Seiji Teshima. Há cinco anos, quando resgatou uma pit bull de rinha das ruas, Alessandra nem imaginava que um dia seria tratada como uma protetora. “Ele estava péssima, toda machucada, dentes serrados, doença de verme, carrapato. Gastei uma fortuna para tratá-la, mas estou com ela até hoje. A partir daí, comecei a reparar em animais na rua”, contou.

De lá para cá, foram mais de 30 animais resgatados, tratados em clínicas veterinárias/hotéis e colocados para adoção. “Isso mexe com você. Passei a não conseguir deixar estes animais na rua. Meu marido passou a entender isso depois que resgatou um poodle”, relatou.

Casa alugada

Já o professor Lincoln, sem condições de pagar hotel, começou a cuidar de cães na rua ou em praças mesmo, a partir de 2004. A atividade ganhou tamanha proporção na vida dele que, em vez de hotel, decidiu pagar R$ 550 de aluguel de uma casa, no Parque Santa Madalena, na Zona Leste de São Paulo, para manter 17 cachorros e oito gatos.

As consequências deste ato de caridade estão interferindo diretamente em sua vida pessoal, apesar de toda a colaboração que obtém de veterinários e outros protetores. “Foi piorando a qualidade de vida. O orçamento já estourou há muito tempo. Virou uma bola de neve. Peço ajuda à rede de protetores para pagar os custos”, revelou.

A atuação da rede de protetores, por outro lado, virou uma oportunidade de negócios. O Hotel e Canil Virtuous, de Cotia, onde o ‘pit-lata’ Carlito está ‘hospedado’, tem capacidade para 70 cães. “Estamos com capacidade completa. Cerca de 98% deles são de ao menos 10 protetores diferentes e estão para adoção”, disse o proprietário Gastón Alonso, de 35 anos.

A mensalidade cobrada varia de acordo com o porte do animal: de R$ 250, pelos menores; R$ 350, pelos médios; e R$ 450, pelos grandes. O preço inclui a hospedagem, alimentação, banho e tosa. Tratamento veterinário e medicamentos são à parte. De acordo com os protetores, o primeiro mês é sempre o mais custoso, dado o grau de debilidade em que se encontra o animal resgatado

Tanta dedicação e sacrifício, no entanto, têm a sua compensação para o protetor ao obter a doação do cão. A exemplo de outros protetores, Débora Gonçalves experimentou esta sensação pela primeira vez ao conseguir um lar seguro para o husky Amigão, no final de junho passado.

“Fica um misto de satisfação com preocupação, porque ele estava recuperado, mas não queria que ele voltasse para rua. Então, fiquei me questionando como seria uma família ideal, com um local ideal, espaço amplo, para ele morar, correr. Uma família, da Casa Verde mesmo, se interessou. Levei ele lá, conheci as pessoas e eles gostaram do Amigão. E posso visitá-lo de vez em quando para saber se está sendo bem tratado. Fiquei mais tranquila. E não tem como descrever essa sensação de que ele ganhou um lar. Se não tivesse retirado ele da rua aquele dia, acho que teria morrido de pneumonia ou alguma outra doença”, disse Débora.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/08/protetores-bancam-hotel-para-caes-resgatados-nas-ruas-de-sp.html

Gata que tomou vacina antirrábica dormiu quase 40 horas, diz dona

Dona de casa chegou a rezar para São Francisco salvar os animais.
Vacinação contra a raiva animal foi suspensa no estado.
Letícia Macedo – Do G1 SP

Nina recebe carinhos da dona depois de dormir quase 40 horas (Foto: Letícia Macedo/G1)

A dona de casa Judite Ribeiro dos Santos, de 56 anos, não podia imaginar que suas gatas de estimação pudessem ter uma reação tão forte após a vacina contra raiva. A gata siamesa Nina, de 3 anos, dormiu quase 40 horas depois de ser vacinada na Zona Leste da capital. Sua companheira Lola, de 5 anos, que é vira-lata, acordou um pouco antes.

“Elas tomaram a vacina por volta das 13h de quarta-feira (18) em Artur Alvim. Às 15h, ela dormiu e só acordou nesta sexta-feira (20), às 6h. Eu rezei até para São Francisco para salvar as minhas gatas e todos os animais que tinham tomado essa vacina”, afirmou Judite, que estava aliviada na manhã desta sexta. A gata também apresentou respiração ofegante.

O marido de Judite, Erasmo Cícero dos Santos, de 54 anos, disse que entrou em contato pelo telefone com uma veterinária. “Ela me disse que mais de dez pessoas já tinham ligado reclamando que os gatos estavam quietos, sem comer e com muita dor. Pelo que relatei, ela disse que era uma reação provocada pela vacina mesmo”, contou.
Campanha

Na capital paulista, foram diagnosticados 567 casos de reações nos primeiros dias da vacinação. A campanha começou em 16 de agosto.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, foi confirmada a morte de um animal em razão da vacina e outros nove casos estão sendo investigados. A maior parte das reações foi observada em animais de pequeno porte (em torno de 6,5 quilos de peso).

Em 38% dos casos, os animais apresentaram reações consideradas graves como prostração, anorexia, dificuldade respiratória, convulsões e hemorragias. Por isso, o governo estadual suspendeu temporariamente a campanha de vacinação na quinta-feira (19).

“Toda vacina é passível de ter reações. O que nos surpreendeu foi o número e a intensidade das reações”, declarou a médica veterinária Ana Claudia Furlan Mori, gerente do Centro de Controle de Zoonoses do município de São Paulo. “Ainda é prematuro atribuir alguma responsabilidade à vacina, ao laboratório ou à aplicação. É temerário fazer qualquer afirmação antes de uma análise clínica e epidemiológica detalhada”, disse. O Instituto Pasteur irá investigar os óbitos e as reações graves, de acordo com a secretaria.

Tipo de vacina
Essa é a primeira vez que a campanha adotou esse tipo de vacina. “Ela produz uma resposta imunológica melhor, porque proporciona uma proteção mais rápida e duradoura. É uma vacina de cultivo celular, isto é, feita em laboratório e não utiliza camundongos. É o mesmo tipo de vacina que é utilizado em clínicas particulares”, disse.

A Secretaria do Estado da Saúde afasta riscos para a população devido à suspensão temporária da vacinação contra a raiva. A vacinação de seres humanos está garantida e continua em todo o estado. Caso a pessoa seja mordida por um animal suspeito, ela pode procurar atendimento médico e receberá uma vacina que é diferente da que é aplicada nos animais.

ORIENTAÇÕES SOBRE A VACINA CONTRA A RAIVA DE CÃES E GATOS PRODUZIDA EM CÉLULAS BHK

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SP
Coordenadoria de Controle de Doenças
INSTITUTO PASTEUR

Ofício IP DG 193/2010 São Paulo, 16 de agosto de 2010

A vacina contra a raiva de cães e gatos, colocada à disposição dos municípios brasileiros pelo Ministério da Saúde, em 2010, é produzida em cultivo celular, especificamente em células de rim de hamster lactente (BHK). A vacina BHK apresenta poder imunogênico mais intenso que a vacina anteriormente utilizada.
A vacina contém como adjuvante hidróxido de alumínio, como as demais vacinas produzidas em cultivo celular. Ela contém Timerozal, que atua como conservante, e Betapropriolactona, que inativa o vírus rábico. Esses produtos são indicados para vacinas acondicionadas em frascos de múltiplas doses. A proporção dos conservantes é de 1:10.000.

As reações adversas temporalmente associadas à vacina contra a raiva, do tipo BHK, podem ocorrer e elas se manifestam por:
• Dor no local de aplicação, provavelmente devida ao granuloma que se forma no ponto de administração, à distensão do tecido subcutâneo no procedimento ou ao acesso indevido em troncos nervosos periféricos.
• Febre e inchaço,
• Dificuldades locomotoras,
• Sinais de agressividade devido ao mal-estar manifestado pelo animal.

Os quadros mais graves podem apresentar:
• Vômitos, ataxia, paresias, paralisias e morte.
A proporção de casos neurológicos graves é da ordem de 1:300 mil vacinados, conforme descrições da literatura, mas a experiência que se inicia nos municípios do Estado de São Paulo deve ser:
• Supervisionada,
• Os casos notificados e muito bem investigados,
• Comunicados às instâncias envolvidas no Programa de Controle da Raiva – GVE e Coordenação do Programa de Controle da Raiva de São Paulo.

O conservante da vacina contra a raiva, do tipo BHK, Timerozal, e Betapropriolactona, inativador do vírus, podem determinar reações de hipersensibilidade, como choque anafilático e reações anafilactóides. Em geral, estas manifestações ocorrem logo após a administração da vacina, com sinais de dificuldade respiratória devida ao edema de glote, vômitos sanguinolentos ou não, convulsões, podendo culminar com óbito do animal.
Diante dos quadros relatados por alguns municípios, é necessário considerar alguns fatores que predispõem os animais às reações:
• O estresse a que são submetidos por ocasião da vacinação.
• A contenção que deve ser firme, mas cuidadosa.
• A administração da vacina em pontos diferentes dos indicados: por via SC, na região do vazio do flanco, portanto afastado de costelas e trajetos nervosos; por via IM, no músculo vasto lateral da coxa – referida como mais dolorosa.
• O estado de saúde dos animais, que podem apresentar quadros pregressos e graves de doença: panleucopenia, calicivirose felinas, cinomose e parvovirose caninas e outras doenças infecto-contagiosas e depressoras de sistema imune.

Recomenda-se que os animais que venham a óbito sejam encaminhados para necropsias, a fim de esclarecer as causas de óbito. Procurar estabelecer parcerias com Faculdades de Medicina-Veterinária, quando possível. Os exames para raiva devem sempre ser realizados.
A prescrição de tratamentos deve ser urgente e contemplar medicamentos indicados conforme as fases de reação constatadas:
• uso de analgésicos, antitérmicos, compressas frias no local da aplicação da vacina.
• uso de anti-histamínicos, antinflamatórios não hormonais de ação rápida e hidratação parenteral.
• tratamento neurológico, com o uso de tonificantes neurológicos, antineuríticos e/ou antineuroálgicos.

Face às condições relatadas por alguns municípios, a Coordenação do Programa de Controle da Raiva do Estado de São Paulo recomenda:
1) Providenciar a triagem de cães e gatos e administrar a vacina contra a raiva em animais com idade superior
a três meses.
2) Evitar vacinar animais com estado de saúde debilitado por várias causas.
A introdução da vacina de cultivo celular é mais um avanço tecnológico para o Programa de Controle da Raiva canina e felina. É importante referir que a investigação dos casos de reações adversas precisa ser minuciosa a fim de esclarecer se são ocorrências temporalmente ou causalmente associados à vacina.
Nos municípios em que tenham sido detectados casos de reações adversas temporalmente associadas à vacinação contra a raiva, a investigação criteriosa de cada um deles será a base para tomada de decisão, de forma a não comprometer os resultados obtidos para o Estado de São Paulo e nem a qualidade do imunobiológico disponível.

Desta forma, fica mantida a posição de vacinar cães e gatos contra a raiva, respaldada em parecer do Ministério da Saúde/SVS/DEVEP/CGDT/COVEV, emitido na Nota Técnica 25/2010, de 12/08/2010.

Luciana Hardt Gomes
Coordenadoria de Controle de Doenças
CCD – SP

Maria de Lourdes Aguiar Bonadia Reichmann
Assistente Técnico de Saúde II
Instituto Pasteur

Neide Yumie Takaoka
Comissão de Coordenação do Programa de Controle da Raiva de São Paulo
Instituto Pasteur

Enviado por e-mail por Tamara Leite Cortez – CCZ/SP

http://sanidaderural.blogspot.com/2010/08/orientacoes-sobre-vacina-contra-raiva.html